Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Dominum et vivificantem», § 46 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)
Por que razão é a blasfémia contra o Espírito Santo imperdoável? Em que
sentido devemos entender esta blasfémia? São Tomás de Aquino responde que se
trata de um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui
aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados». De
acordo com esta exegese, a blasfémia não consiste propriamente em ofender o
Espírito Santo com palavras; consiste antes na recusa de aceitar a salvação
que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo, que age em virtude
do sacrifício da Cruz. Se o homem rejeita deixar-se «convencer quanto ao
pecado», convicção que provém do Espírito Santo (Jo 16,8) e tem carácter
salvífico, rejeita simultaneamente a «vinda» do Consolador (Jo 16,7), aquela
«vinda» que se efectuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor
do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas»
(Heb 9,14).
Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue (1Jo 5,8) permanece nas «obras mortas», no pecado. E a blasfémia contra o Espírito Santo consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se. [...]
A blasfémia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — seja ele qual for — e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida. É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou.
Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue (1Jo 5,8) permanece nas «obras mortas», no pecado. E a blasfémia contra o Espírito Santo consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se. [...]
A blasfémia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — seja ele qual for — e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida. É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou.
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