JOÃO PAULO II - Excertos da Carta Apostólica MANE NOBISCUM DOMINE

II - «Celebrar, adorar, contemplar»

18. De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da presença real de Cristo.

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A presença de Jesus no sacrário deve constituir como que um pólo de atracção para um número cada vez maior de almas enamoradas d'Ele, capazes de permanecerem longamente a escutar a sua voz e, de certo modo, a sentir o palpitar do seu coração: «Saboreai e vede como é bom o Senhor!» (Sal 34/33, 9).

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A fé neste Deus que, tendo encarnado, Se fez nosso companheiro de viagem, seja proclamada por toda a parte particularmente pelas nossas estradas e no meio das nossas casas, como expressão do nosso amor agradecido e fonte inexaurível de bênção.

III - «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4)

19. Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta relação de íntima e recíproca «permanência» permite-nos antecipar de algum modo o céu na terra. Não é porventura este o maior anseio do homem?

A Oração levanta o Mundo

Um sábio disse:

«Dai-me uma alavanca, um ponto de apoio, e levantarei o mundo».
 O que Arquimedes não pôde obter, porque o seu pedido não se dirigia a Deus, e por não ser feito senão sob o ponto de vista material,
 os Santos obtiveram-no em toda a plenitude:

 o Todo-poderoso deu-lhes, como ponto de apoio:
 Ele mesmo e Ele só; e como alavanca: a oração, que abrasa com fogo de amor.

 E foi assim que levantaram o mundo; é assim que os santos que ainda militam na terra o levantam, e que, até ao fim do mundo, os futuros santos o levantarão também.

(Teresa de Lisieux, "História de uma Alma")