Grupo de Oração de Nova Oeiras


Grupo de Adoração de Nova Oeiras

O Grupo de Adoração de Nova Oeiras tem vindo a a fazer, desde o ano 2000, adoração ao Santíssimo Sacramento à 5ª-feira, das 10:30 às 19:00 horas, na Igreja Paroquial de Nova Oeiras.

Sunday, February 24, 2013

A renúnicia do Papa



O Cardeal Ratzinger renunciou, porque é o que ele fez a sua vida inteira.
É simples assim.
O Papa renunciou a uma vida normal. Renunciou a ter uma esposa. Renunciou a ter filhos. Renunciou a ganhar um salário. Renunciou à mediocridade. Renunciou às horas de sono, em troca de horas de estudo. Renunciou a ser um padre a mais, porém também renunciou a ser um padre especial. Renunciou a encher a sua cabeça de Mozart, para a encher de teologia. Renunciou a chorar nos braços dos seus pais. Renunciou a estar aposentado aos 85 anos, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou a desfrutar dos seu país. Renunciou à comodidade de dias livres. Renunciou à vaidade. Renunciou a defender-se contra os que o atacavam. Pois bem, para mim a coisa é óbvia: o Papa é um sujeito apegado à renúncia.
E hoje ele volta a demonstrar isto. Um Papa que renuncia a seu pontificado, quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas na de algo ou alguém maior, parece-me um Papa sábio. Ninguém é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem os seus sacerdotes, nem seus leigos, nem os casos de pederastia, nem os casos de misericórdia. Ninguém é maior do que ela. Porém, ser Papa a esta altura da história, é um acto de heroísmo (destes que se realizam diariamente no meu país e ninguém os nota). Eu lembro-me sem dúvida da história do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como foi que morreu? Sim, numa cruz, crucificado como o seu mestre, só que de cabeça para baixo.
Nos dias de hoje, Ratzinger se despede da mesma maneira. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado por seus próprios irmãos católicos. Crucificado à sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade, essa que custa tanto entender. É um mártir contemporâneo, destes a respeito dos quais inventam histórias, destes que são caluniados, destes que são acusados, e não respondem. E quando responde, a única coisa que fazem é pedir perdão. "Peço perdão pelas minhas faltas". Nem mais, nem menos. Que coragem, que ser humano especial. Mesmo que eu fosse um mórmon, ateu, homossexual ou abortista, o fato de eu ver um sujeito de quem se diz tanta coisa, de quem tanta gente faz chacota e, mesmo assim, responde desta forma... este tipo de pessoas já não existe em nosso mundo.
Vivo num mundo onde é divertido zombar do Papa, porém é pecado mortal fazer piada de um homossexual (para depois certamente ser tachado de bruto, intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um sujeito que, com 85 anos, quer o melhor para a Instituição que representa. Nós, porém, vamos com tudo contra ele porque, "com que direito ele renuncia?" Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Como se ninguém tivesse preguiça de ir à escola. Como se ninguém tivesse preguiça de trabalhar. Como se vivesse num mundo em que todos os senhores de 85 anos estivessem activos e a trabalhar (e ainda por cima sem ganhar dinheiro) e ajudando a multidões. Pois é.
Pois agora eu sei, cardeal Ratzinger, que vivo num mundo que o irá achar muito estranho. Num mundo que não leu os seus livros, nem as suas encíclicas, porém que daqui a 50 anos ainda irá recordar como, com um gesto simples de humildade, um homem foi Papa e, quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu afastar-se por amor à Igreja. Morra então tranquilo, cardeal Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem corpo exibido em São Pedro, sem milhares chorando e esperando que a luz do seu quarto seja apagada. Morra então como viveu, embora fosse Papa: humilde.
Bento XVI, obrigado pelas suas renúncias.
 

(ARTIGO DE UM JOVEM DE 23 ANOS)

O segredo

«Desde que o olhar de Jesus se pousou sobre a minha alma,
compreendi toda a minha pequenez
e esta é uma das maiores graças que recebi do Senhor,
porque compreendi que é este o segredo que torna a alma querida e amada por Jesus…» 

 
Beata Elias de S. Clemente, Diário, Caderno 13

Jesus,
só Tu me conheces verdadeiramente!
Só Tu conheces as minhas pobrezas e debilidades e…
conhecendo-me tão pobre podias desviar de mim o rosto.
Mas não!
Conhecendo-me, como ninguém,
o resultado é que me amas infinitamente!
É assim o Teu amor!
Não olhas para os meus pecados, olhas para mim!
Fazer esta descoberta, torna-me consciente da grandeza do Teu amor que,
a quem tanto pecou, como eu, voltas sempre a erguer de novo e a olhar-me com confiança!
A consciência da minha pobreza unida ao conhecimento do Teu infinito amor por mim derrete o meu coração de pedra e vai-o transformando em coração de carne. O que pode o Amor!!!

(via "Carmelitas")