Celebrar a Páscoa
num momento de grande angústia e sofrimento nacional tem um significado muito
especial. Porque a Páscoa é a vitória do bem sobre o mal que, depois de
consumada, se transforma na apoteose do bem, sem prejudicar aqueles que fizeram
o mal.
Cristo morreu e ressuscitou e, depois de ressuscitado, não se vingou
de Caifás, Pilatos ou Herodes, e até converteu o perseguidor Saulo no mais
influente dos Apóstolos.
O Senhor ressuscitado vence a morte sem destruir os
assassinos.
Esta é a prova definitiva do poder do bem, porque o bem, depois de vencido pelo mal, ressurge numa forma que o
mal nunca mais poderá atingir, e convida o mal a ser bom.
Por isso nesta
Páscoa de grande angústia e sofrimento nacional, o Senhor ressuscitado nos
oferece um novo Papa que nos diz: «Não cedamos jamais ao pessimismo, a esta
amargura que o diabo nos oferece cada dia; não cedamos ao pessimismo e ao
desânimo: tenhamos a firme certeza de que o Espírito Santo dá à Igreja, com o
seu sopro poderoso, a coragem de perseverar» (Discurso ao Colégio Cardinalício,
15 de março).
Cristo ressuscitou. E Cristo ressuscitado é maior que a nossa
angústia e sofrimento. Santa Páscoa!
- João César das Neves
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